Non site specific

Sincronicidade não local

 

Neste terceiro ‘non site‘ o que pretendi experienciar foi a possibilidade da feitura de uma performance não local que pretende dar a experienciar primeiro ao performer, e depois ao observador, uma imaginação alargada em relação ao espaço/tempo da acção. Neste sentido, o que se pretendia: era explorar e criar uma situação com base na propriocepção do performer, que no processo de aproximação à sincronicidade se coloca na alteridade do outro que se encontra não local.

O espaço entre os dois pontos de acção é uma analogia ao percepto; espaço abstracto de construção da consciência efectiva e relacional. Este projecto pretende exaltar a questão perceptiva e (a)perceptiva do individuo, e da sua relação com o espaço, tentando de maneira consciente e deliberada, estabelecer uma ponte ao nível da consciência, entre um ponto e outro, onde a música aparece, como o elemento que desperta a primeira acção criativa do corpo através da dança, meios esses que ainda não são expressos pela extensão da forma de nós próprios, ou seja objectos.

 

O trabalho desenvolvido nos dois espaços de acção, para quem visualiza, não passa de imagens ou de projecções de algo que ainda não está cumprido, é uma aproximação à sincronicidade inter e intra-relacional, no entanto o interesse final do trabalho não é esse, mas antes a instalação dos dois trabalhos num espaço fechado. Assim, colocados um em frente ao outro os dois non sites criam no espaço de interior o que não era perceptível na exterioridade que os definiu.

Aqui os vídeos instalados nesta dinâmica criam a aproximação do olhar que antes era apenas tentativa consciente, e dão ao espectador agora a percepção do portal aproximado da relação entre eles, antes não perceptível pelo espectador.

‘Sincroncidade não local’ Olhar o vento. Performance by Filipe Garcia Curadoria Albuquerque Mendes com a participação de Filipa Campos, Hugo Soares e Sonia Carvalho Video Ivo Reis Porto Elvas PT